terça-feira, novembro 30, 2010

Enfim, a festa!

E por fim chegou o dia do aniversário, a hora da festa.
Aos convidados que deixaram suas confissões e aos que apareceram e deram uma olhadinha pela janela e sairam de fininho, deixo meu agradecimento e a minha confissão:
Eu também sou juntadeira de coisas. E quantas!
Coisas, coisinhas e coisonas. 
Essa tendência junto com o fato de morar há mais de 30 no mesmo lugar resulta numa combinação explosiva.
Há uns 5 anos fiz uma pequena reforma no apê e nessa oportunidade juntei coragem pra eliminar algumas coisinhas. Doei e joguei fora um tanto "fardos". 
Outros, deixei no prelo, pra rever e arrumar. Entre eles fotos, fotos e mais fotos em papel, acompanhadas de seus negativos, of course!
Ano passado, numa sofrida reforma de móveis que muitos acompanharam aqui, mais coisas foram eliminadas. Mas as tais fotos & negativos ainda estão à espera da prometida seleção...
Falando assim, dá pra imaginar que a casa ficou clean, que me desfiz de tudo o que só servia pra tropeçar.
Doce ilusão!
Tenho armários abarrotados de sacolas, pastas, papéis, cartas, roupas, louças, CDs, livros e sei lá mais o quê...
Um monte de "objetos chaves-mágicas", como disse a em seu depoimento.
Será que um dia vou aprender a me desapegar de tudo isso e fazer como o João contou lá no post anterior?
Tomara!
Um dia eu chego lá... "pra ficar só com você", como diz e canta Chico César:
Ah, mas a ciência da malinha pra sair livre por aí sem amarras que a Mari super recomenda eu já consegui. Ponto pra mim!
Agora a confissão final!
Quando prometi uma lembrancinha para os convidados dessa festa, tinha em mente me desfazer de algum fardo, transferindo-o para o "acervo" de vocês. E a Ana sacou isso rapidinho. Ela me conhece...
Sacanagem, né? Mas que seria um belo golpe, seria... Foram quase 400 visitas!
Me inspiro, então, no que disse a e deixo de presente pra quem já veio e pra quem ainda vier uma foto, aquela que eu considero como a minha obra prima, feita num lugar mágico para mim, a Igreja de Santa Maria de Eunate, na Espanha, durante o Caminho de Santiago. Ei-la:

É de quem vier, de quem quiser...

domingo, novembro 21, 2010

De uns tempos pra cá

Tá chegando o dia do aniversário desse blog.
O "De uns tempos pra cá" nasceu há 5 anos, num dia 30 de novembro e teve todos os seus aniversários comemorados de alguma forma.
No segundo ano de vida ganhou um contador de visitas. E desde então mais de 26 mil pessoas passaram por aqui. É gente, hein?
A próxima comemoração começa a ser preparada agora e quem aparecer por aqui tá convidado a participar.
Vamos lá!
Como está anunciado no alto da página, o nome do blog veio de uma música de Chico César.
Pra quem não conhece, aí esta ela em letra e música, cantada pelo próprio autor, :


de uns tempos pra cá 
(chico césar)


de uns tempos pra cá
os móveis, a geladeira
o fogão, a enceradeira
a pia, o rodo, a pá
coisas que eu quis comprar
deu vontade de vender
e ficar só com você
isso de uns tempos pra cá



de uns tempos pra cá
o carro, a casa, o som
tv, vídeo, livros, bom...
o que em tese faz um lar
admito eu quis comprar
começo a me arrepender
pra ficar só com você
isso de uns tempos pra cá



coisas são só coisas
servem só pra tropeçar
têm seu brilho no começo
mas se viro pelo avesso
são fardo pra carregar



de uns tempos pra cá
o pufe, a escrivaninha
sabe a mesa da cozinha?
lençóis, louça e o sofá
não precisa se alterar
pensei em me desfazer
pra ficar só com você
isso de uns tempos pra cá



de uns tempos pra cá
telefone, bicicleta
minhas saídas mais secretas
tô pensando em deixar
dê no que tiver que dar
seu amor me basta ter
pra ficar só com você
isso de uns tempos pra cá



coisas são só coisas
servem só pra tropeçar
têm seu brilho no começo
mas se viro pelo avesso
são fardo pra carregar




Atire a primeira pedra quem não tem, de vez em quando, vontade de vender, dar, deixar pra lá um monte de coisas... Fala sério!

Pois a festa do "De uns tempos pra cá" - o blog - começa assim, com uma espécie de psicanálise coletiva: você conta aí nos comentários o que, pra você, teve "seu brilho no começo" mas agora é só "fardo pra carregar". 
Espero as histórias e prometo enviar  uma lembrancinha pra quem participar!
Afinal, "coisas são só coisas"... 

quinta-feira, novembro 04, 2010

Olite, o brilho de uma época

Nos início dos anos 70, época em que os grupos de jovens na igreja eram o que havia de mais interessante para encontrar bons amigos, eu frequentava um deles, na Igreja de Santa Margarida Maria, no bairro da Aclimação, em São Paulo.
Foi ali que conheci Urío, um jovem padre espanhol.
Em nossas longas conversas, ele sempre me contava coisas de sua terra natal: Olite. E eu, que nunca havia saído do Brasil, sonhava um dia conhecer Olite e seu castelo...
O tempo dos grupos de jovens passou. Urío voltou para a Espanha. E eu só fui me lembrar de Olite novamente cerca de trinta anos depois.
2003. Inverno europeu. E lá estava eu passeando pela Espanha...
Carro alugado. Tarjeta 5 noches dos Paradores de Espanha comprada. 
E não é que Olite figurava entre os Paradores possíveis?
As lembranças e a curiosidade de conhecer o lugar eram minhas, mas Ana concordou rapidinho...
Fomos!
Olite, assim, deixou de ser um sonho povoando minha imaginação de ouvinte das histórias do amigo espanhol dos tempos de grupo de jovens...
Parador de Olite ocupa parte do belo castelo medieval que domina a cidade. O mesmo que aparecia nas lembranças de infância do meu velho amigo.
Chegamos à cidade amuralhada no final do dia. Demos uma volta pelas velhas ruas e provamos os deliciosos mantecados típicos do  lugar.
O jantar foi no próprio Parador, regado a um vinho tempranillo de cujo buquê nos lembramos até hoje. 
Como não anotamos a marca, não pudemos nunca mais repetir a dose. Só sabemos que era de uma vinícola da região... 
A cidade abriga a Estación de Viticultura y Enología de Navarra, o Consejo Regulador de Denominación de Origen Navarra, a Confraría del Vino de Navarra e algumas vinícolas.
Dia seguinte, visita à Igreja de Santa Maria, cuja bela fachada gótica ficava bem ao lado da saída do hotel.
Depois, o Palácio Real, considerado um dos mais luxuosos da Europa na época em que  Carlos III reformou e ampliou a antiga residência de seus antepassados..
Em cada recanto uma surpresa. De cada janela uma vista particular. Aqui e ali, uma torre, um claustro... E o sol lavrando desenhos de sombra e luz. 

Olite é assim, um pequeno emaranhado de ruas abraçado por uma muralha medieval, que abriga igrejas, conventos e  monastérios, além dos sonhos de cada um dos  seus habitantes.
Sorte do Urío, que sempre poderá se orgulhar de ser filho dessa terra encantada e encantadora.
Por tudo o que foi dito até agora, Olite parece ser uma cidadezinha medieval esquecida no tempo, não é mesmo? 
Qual o quê?
Uma pesquisa no Google acaba de me revelar que na Praça Carlos III, essa que se vê aí na foto acima, está instalada uma webcam, que envia imagens da cidade para o mundo...
¡Qué modernidad!