terça-feira, outubro 10, 2006

Água e areia - Parte III

Para viajar no Barco Cidade de Tutóia era necessário tirar passagem antecipada.
No dia em que fomos comprar os nossos bilhetes, o vendedor nos disse que outras duas moças, loucas como nós, também viajariam no barco.
Conhecemos nossas companheiras na manhã do dia 5, enquanto esperávamos a saída do barco: Rita e Vanessa, duas brasilienses em férias.
O barco partiu depois do meio-dia. Culpa da maré... E lá fomos nós pelo Rio Parnaíba afora.
Paramos em várias cidadezinhas beira-rio. Entrava gente, saía gente. Famílias, comerciantes, galinhas... Alguns barcos menores se aproximavam trazendo mercadorias para despachar ou gente para viajar.
Hora de almoçar. A tripulação avisou que havia comida para quem quisesse. Fomos conferir. Arroz, feijão e carne ensopada. Pra beber, água na garrafa de Coca-cola. O preço? Baratinho, algo como 3 ou 4 reais. Comemos, claro!
Para maior conforto durante a viagem, alugamos redes. Tivemos sorte, as nossas eram novinhas...
No final da tarde chegamos a Tutóia. Estávamos no Maranhão!
Alguém havia dito a Rita e Vanessa que o capitão do barco poderia autorizar passageiros a dormir no barco. Gostamos da idéia. Elas se encarregaram de pedir a autorização. Conseguiram. E assim economizamos uma noite de hotel.
Saímos para dar uma volta pela cidade. Jantamos num restaurante na praia e voltamos para nosso barco-hotel.
Na manhã seguinte, montamos uma mesa de café da manhã no "convés", com todos os restos de bolachas que tínhamos e café fresquinho oferecido por um dos marinheiros.
Ainda contemplávamos a paisagem ao sabor de café e bolachas quando eles chegaram. Eram muitos toyoteiros querendo negociar conosco o transporte até Caburé, nosso próximo destino.
Acabamos fechando negócio com o Sr. Colozinho.
A partida, claro, não seria para aquele momento. Havia a questão da maré... E Colozinho também precisava reunir mais passageiros para a viagem.
Ficamos turisteando pela zona central de Tutóia. Era segunda-feira. Havia feira na rua. Fila no Banco. E a Funerária Santa Izabel - aberta 24 horas - esperava clientes a caminho do céu.
Quando Seu Colozinho deu o toque de partida, chovia. E a Toyota não tinha capota...
Com as mochilas protegidas por sacos pláticos e as costas cobertas com toalhas, partimos.
Primeira escala, Rio Novo - também conhecida por seu nome anterior: Paulino Neves. O ponto de apoio foi, nada mais nada menos que o armazém do próprio Seu Coló.
Partimos em seguida para o destino final daquele dia: Caburé. Esse trecho foi feito pela praia, enfrentando vento e chuva, em cima da caminhonete sem cobertura. Chegamos direto na Pousada do Paulo. Alí, como já narrei num post de dezembro de 2005, ocorreu um fato interessante: havia três paulistas aflitas em busca de transporte para Tutóia. Nossa chegada foi providencial, seu Colozinho as levou de volta...
Caburé é um pequeno povoado às margens do rio Preguiças, situado num braço de terra entre o rio e o mar. Dizem que a distância entre um e outro - de mais ou menos 300 m - está diminuindo dia a dia e que logo Caburé vai sumir do mapa. Pena!
Em frente a Caburé, na outra margem do rio Preguiças, está Mandacaru, com seu alto farol.
Depois de Mandacaru e de uma longa caminhada pela praia e pelas dunas, chega-se a Atins, que está localizada em uma das extremidades do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
Nem é necessário dizer que nós quatro - turistas incansáveis - fizemos o passeio. Pegamos uma carona com Paulo, o dono da pousada, para atravessar o rio. Caminhamos até o Farol de Mandacaru e conseguimos descobrir quem tinha a chave do dito cujo para que pudéssemos entrar e ver toda a região lá do alto.
Paulo nos indicou um garoto nativo que nos guiou de Mandacaru até Atins. Almoçamos numa casa/restaurante perdida no meio das dunas e voltamos a Caburé. Foi nosso primeiro contato com os Lençóis Maranhenses.
Nessa noite, partiríamos de barco para Barreirinhas. A partida não tinha hora marcada. Dependia da maré.
***
Atualizando, em 12/01/2013
O post tinha fotos que, como comentou a Shandy aí embaixo, passavam como slides. Mas elas sumiram! Tudo muda nessa internet... 
Pra ninguém ficar triste, tem um álbum com fotos de toda a viagem. É só clicar aqui.

2 comentários:

  1. Viajar é preciso!!!
    Aventuras, aventuras, aventuras.....ô deliciaaaa!!!
    O charme das fotos passando em slide continua show!!!!

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  2. Uau!!! Vocês poderiam transformar isso em filme hein! hehehehe... Conta mais!!!

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